domingo, 25 de dezembro de 2011

Peso, fúria e rock'n'roll: Guachass

Canibal Vegetariano
Guachass em Bragança Paulista
Há sete anos na estrada, a banda uruguaia Guachass fez uma passagem pelo Brasil entre outubro e novembro deste ano, por vários estados brasileiros, com parte deles em nosso estado, com shows em Campinas, Bragança Paulista, Valinhos e São Paulo. Nós aproveitamos a oportunidade e conversamos com a guitarrista Mariana Gascue para saber um pouco mais da história da banda

Canibal Vegetariano: Fale sobre a história da banda. Como e onde começou? Vocês estão juntos desde o início? Quais são as influências?
Mariana Gascue: Então, Guachass começou em 2004,  com Camila (vocal) e Florencia (baixo). Elas já tocavam juntas e queriam formar outra banda. Fui convidada para entrar,  e nós chamamos Martin (ex-baterista). Após a saída Martin, entrou Fede na bateria e logo Florencia se foi e convocamos Nico para tocar o baixo. Isso é bem resumido, pois a história é muito longa! E nossas influências são rock clássico como Black Sabbath, Pappo, The Rolling Stones, Motorhead, Blue Cheer, entre outras.

CV: Como que vocês vieram para o Brasil. De quem partiu o convite?
MG: Há alguns anos conhecemos Quique Brown (guitarrista e vocalista da banda Leptospirose) que tornou-se um grande amigo das Guachass; Tocamos com eles aqui em Montevideo e depois disso mantivemos contato. E devido ao fato dele curtir nosso som, acertou algumas datas para que nos apresentassemos no Brasil. Foi muito legal Quique!

Canibal Vegetariano
Galera curtiu muito com os uruguaios em Bragança
CV: O que vocês acharam de tocar no Brasil? Teve algum show especial? E as bandas locais com as quais tocaram, alguma marcou vocês?
MG: Os shows no Brasil foram muito bons, as pessoas são amorosas, gostamos muito de tocar com todas as bandas como Hellsakura, Leptospirose, Camarones Orquesta Guitarristica, Hellbenders. Há bandas incríveis no Brasil.

CV: Vocês já tocaram em outro país? 
MG: Sim, em 2010 viajamos por alguns países europeus. Fizemos uma tour de cerca de um mês e meio e tocamos na França, Austria, Alemanha, Suíça e Bélgica. Foi uma experiência única, muito legal, gostamos muito dessa viagem e pretendemos voltar em 2012.

Canibal Vegetariano
O mais novo integrante
CV: Como é o processo de composição da banda?
MG: Geralmente a partir de um riff. Depois do riff todos trabalham nas canções.

CV: Quantos álbuns vocês lançaram?
MG: Até o momento apenas o Guachass, mas estamos para gravar o segundo muito em breve.

CV: Quais os planos para 2012?
MG: Como disse anteriormente, gravar o segundo álbum, com canções em espanhol. Quem sabe mais uma tour pela Europa. Temos muitas expectativas e muitas ganas!






'It's only rock'n'roll'

Essa frase dos Rolling Stones define muito bem o som feito por duas moças e dois rapazes uruguaios que tocam na Guachass. O primeiro e, até o momento, único álbum dessa banda é difícil para comentar sem parecer puxação de saco, pois o disco é rock do início ao fim e ouço praticamente todos os dias desde que adquiri meu CD.
Logo na abertura, o riff de guitarra de Mariana mostra toda a influência do Motorhead, assim como em outras músicas, espetacular. Às vezes, você pode pensar que a banda é apenas uma cópia, mas muito longe disso, elas misturam tudo no liquidificador e aproveitam o que suas bandas preferidas fazem e criam um som poderoso, autoral e característico que bota a galera para abrir rodas, pogar e balançar a cabeleira do início ao fim.
Além das boas canções do álbum, ele tem um trabalho gráfico muito bem elaborado e a gravação foi muito bem feita, o ouvinte consegue sentir a emoção de cada nota executada, nenhum instrumento "atropela" o outro. Para resumir, discaço de rock, altamente recomendável aos apreciadores do estilo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Para ler e refletir: 'Não devemos nada a você'


Coletânea de entrevistas Punk Planet - Daniel Sinker - Editora Ideal Records - 304 páginas

Se você tem problemas com pessoas de religião, modo de vestir, opção sexual e educação diferente da sua, tome cuidado antes de ler "Não devemos nada a você: Coletânea de entrevistas da revista Punk Planet". O cuidado deve-se ao conteúdo de opiniões de diversas pessoas de várias áreas, seja do punk, hardcore, ativistas políticos e donos de selos musicais. Sem papas na língua, os entrevistados não fogem das perguntas e esclarecem detalhamente seus pontos de vista sobre diversos assuntos.
O livro aborda o punk rock de outros pontos de vista que vão além das jaquetas de couro e cabelos moicanos. Uma visão de mundo e de sociedade muito além de nosso tempo. Entre os entrevistados estão Ian MacKaye (Minor Threath, Dischord, Embrace, Fugazi), toda a galera da banda Black Flag, Thurston Moore (Sonic Youth), Jello Biafra (Dead Kennedys), Kathleen Hanna (Bikini Kill), entre outros.
E o interessante é que as entrevistas não são apenas aquelas chatices sempre com as mesmas perguntas. As entrevistas na verdade são bate papos que abordam bandas, músicas, política, religião, guerras, ativismo político. Para quem tem interesse em saber mais sobre o underground e sobre a música independente feita nos últimos 10 anos, "Não devemos nada a você" é uma leitura essencial, agora, se você pensa que é dono da verdade, talvez o livro cause alguma repulsa, pois opiniões fortes e polêmicas é o que mais se encontra entre as páginas e os entrevistados em alguns momentos, parecem que discutem com o entrevistador.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Caveiras, máscaras, novo disco, tênis bonitos e punk rock


Canibal Vegetariano
Uma noite de punk rock
Acompanhar um show do Drákula é sempre um evento em que a pessoa pode esperar algo surpreendente a qualquer momento. E a apresentação dos caras na penúltima noite do Auto Rock Campinas 2011, no Bar do Zé, foi mais um show marcante e para mim o melhor que acompanhei dos caras. Na passagem de som deu para sacar que os caras estavam empolgados e que a noite prometia.

Além de ser apenas mais um show em um festival de 10 dias, o show do Drákula era o primeiro depois do lançamento do EP em 7 polegadas (vinil) "Vilipêndio à Cadáver", em breve mais comentários deste disco no blog. Com novas músicas, os caras abriram a noite que ainda teria a apresentação do australiano/porto alegrense Simon Chainsaw.
Canibal  Vegetariano
E o Drákula foi para galera
A noite começou muito bem e o Drákula mandou várias músicas que botaram a galera para agitar e abrir boas rodas de pogo. Entre os destaques, Gorila Perez, Trash Can, Caveira Maldita entre outras boas músicas. Com muitas caveiras e um megafone, a banda "botou fogo" no palco e a galera agitou ainda mais.
Já ao final do show, o baixista Daniel ETE e o guitarrista Renan Fattori desceram do palco e foram, com seus instrumentos, agitar com a galera que estava insandecida. Entre as máscaras de "luchadores", tênis bonitos, caveiras, boas músicas, o Drákula fez uma de suas apresentações mais punks de todos os tempos, um show para ficar guardado na memória.
         
Canibal Vegetariano
"...caveira maldita, caveira rock'n'roll..."
Depois de uma exibição como a do Drákula, seria difícil para uma banda subir ao palco, mas Simon Chainsaw soube, com muita competência, manter a empolgação da galera que agitou bastante e cantou em coro com o cantor australiano que há algum tempo mora no Brasil. Entre um português ainda arrastado e boas canções, Simon fez uma grande apresentação e fechou com chave de ouro a penúltima noite do Auto Rock 2011.
Infelizmente devido a falta de bateria, não conseguimos registrar fotos da apresentação de Simon Chainsaw. 


domingo, 4 de dezembro de 2011

Uma noite de rock'n'roll e chuva


Canibal Vegetariano
Get Crazy abriu a noite rock no BDZ
 O Auto Rock Campinas começou no dia 1 deste mês e rola até domingo com diversos eventos em vários pontos da cidade. A abertura rolou na loja de nosso camarada Claudio, Disorder, onde está a exposição de camisetas e no dia da abertura teve um som da banda de surf music The Violentures. Entre as atrações e as chuvas que castigaram várias cidades da região, tudo rolou de boa na primeira noite do evento.
Assim que o show da Violentures foi encerrado na Disorder, o público correu para o Bar do Zé onde a abertura deste festival seria prolongada. E para animar a noite da juventude, estavam programadas duas bandas, Get Crazy, de Campinas, e Merda, do Espírito Santo. O show de abertura ficou a cargo dos campineiros e como sempre eles mandaram muito bem.
A banda é formada por ex-integrantes da banda Lunettes, Claudio (bateria), Juju (baixo) e Giovana (vocal) mais o guitarrista Beso da Alcoois, fez uma grande apresentação e botou muita gente que acompanhava o show para dançar.

Canibal Vegetariano
Mozine e Japa durante show do Merda
Após o bom show dos campineiros, o público pode acompanhar a apresentação dos capixabas do Merda. Com Mozine, vocais e guitarra, e Rogério Japa, baixo vocais, a banda estava desfalcada de seu baterista titular Paulista que foi substituído por Alex, editor da revista Prego, mas a animação e a pegada do som continuou a mesma.
O show era muito aguardado e assim que Mozine tocou os primeiros acordes em sua guitarra, o público que estava no bar tomou conta da pista de dança e acompanhou empolgado a apresentação do power trio. Entre pedidos de uma música e outra a Merda mandou ver em seu hardcore e sem dúvida, o ponto alto foi o momento em que eles tocaram o hit do ano, como disse Daniel ETE, organizador do evento, Maradona. Música  que como outras fez a galera agitar.
E como tudo na vida, o que é bom às vezes dura pouco, o show do Merda passou rápido. Quando Mozine disse que havia encerrado, o público exigiu mais algumas canções e foi atendido. Ao final, Mozine disse que como eles eram do Espírito Santo, a missão deles seria divulgar a música de sua terra e eles fecharam com um dos maiores clássicos de Roberto Carlos, o "rei". Para fechar com chave de ouro eles executaram, ao estilo Merda, a música "Quando". Algo que ao mesmo tempo surpreendeu muitos, também fez muita gente cantar junto. Um show sensacional!