sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

É somente rock'n'roll, mas nós adoramos

Canibal Vegetariano
Os dias 14 e 15 de dezembro foram marcados por dois ótimos festivais de rock  indepedente realizados na região. No sábado e domingo, Valinhos foi palco do Ponta Urbana enquanto no domingo, em Campinas, ocorreu o Quintal do Gordo.
No sábado a equipe do Canibal Vegetariano esteve presente em Valinhos. Uma praça pública com quadra coberta, quadra poliesportiva, campo de futebol, pista de skate, muito gramado e espaço para um bom palco no qual várias bandas se apresentariam.

Canibal Vegetariano

Quando chegamos o som rolava solto pelo local e um bom público estava espalhado pela área de lazer. Fizemos um lanche, tomamos uma cerveja para refrescar e acompanhamos as bandas. As duas últimas chamavam muito nossa atenção, devido ao tempo em que "batalham" na cena punk rock.
Gritando HC era uma delas. Com quase 20 anos de carreira, os paulistanos fizeram um show fantástico, cheio de energia e com a galera com muito "pogo" e parte dela sobre o palco, junto com a banda, para deixar o clima ainda mais festivo. A noite de sábado foi encerrada com a Ação Direta que fez um show correto e com "muito peso". Algumas rodas foram abertas, mas o público estava um tanto quanto cansado devido a maratona de shows durante o sábado que foi muito quente.

Canibal Vegetariano

DOMINGO/ No domingo, depois de passar a tarde em Campinas, no início da noite retornamos para Valinhos para acompanhar o encerramento do Ponta Urbana que seria feito pela banda Muzzarelas. Os campineiros, em uma série de seis shows para comemorar o retorno às atividades após 3 anos de hibernação, fez mais uma apresentação daquelas que marcaram história e a galera levantou poeira durante a apresentação que durou cerca de pouco mais de uma hora.

QUINTAL DO GORDO/ Antes de irmos para Valinhos, fomos até o Quintal do Gordo, na Vila Industrial em Campinas, para acompanhar shows das bandas Don Ramón [Campinas] e Shame [Paulínia].
Para variar um pouco, a Don Ramón fez mais uma apresentação sensacional em que o crossover tomou conta do palco e fez a "molecada" pogar sem medo, mesmo com a alta temperatura do final da tarde de um domingo de primavera. Artie Oliveira, vocalista, e sua trupe, fizeram ótimo show e deixou muita gente empolgada.

Canibal Vegetariano

Após os campineiros foi a vez da banda Shame. Os caras mostraram muita empolgação e mantiveram o pique da apresentação da Don Ramón. O público foi novamente contagiado e aproveitou cada segundo da apresentação. Depois da apresentação de dois shows, "caímos" na estrada e fomos para Valinhos, e esta história você já leu.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Promoção 'Loucos para dar...'

O programa A HORA DO CANIBAL em parceria com o fanzine/blog Canibal Vegetariano e rádio Click Web anuncia mais uma promoção. Desta vez, o ouvinte/leitor deverá completar a frase: "estou louco para dar...". A frase mais insana e criativa levará para casa três CDs: Don Ramón, split CD Estudantes/Evil Idols e Lomba Raivosa.
Para concorrer a estes prêmios "divinos", basta enviar quantas frases toscas quiser para o email: zinecanibal@hotmail.com. A promoção será realizada até 14 de janeiro de 2014. A avaliação da "pior/melhor" frase ficará a critério do apresentador do programa ou este imbecil poderá colocar em votação entre os ouvintes.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

'Amantes Invisíveis': música globalizada

Divulgação
Formada em Londres, capital inglesa, a banda Amantes Invisíveis começou a partir do projeto de um músico grego que conheceu uma cantora brasileira, nas ruas da 'Terra da Rainha'. Da união entre a brasileira e o grego, além do casamento, rendeu uma banda que faz música pop de ótima qualidade, com influências de outros ritmos de vários cantos do planeta. Para saber mais sobre o trabalho da dupla, conversamos com a vocalista Marina Ribeiro.

Canibal Vegetariano: Por favor, apresentem-se aos leitores do Canibal Vegetariano, nome completo, instrumentos e etc.
Marina Ribeiro:Nós somos uma banda bem mutante eu diria... Já tivemos oito integrantes agora somos cinco. Perdemos os três eruditos que tocavam violinos e viola clássica. Agora o time é: Marina Ribeiro – baixo e vocal; Alexis Gotsis – Guitarra, Clayton Vilaça – Guitarra, Joaquin Rodriguez – Bateria, Salomão Terra – Violão, teclados e percussão.

CV: A história de vocês é curiosa: a dupla se conheceu em Londres. Como rolou esse lance, expliquem melhor.
MR: Eu (Marina) fui pra Londres em Março de 2005, fui para morar, trabalhar, viver... Aí em agosto de 2005, numa escola de inglês conheci Klaus Stahr, baixista, tocando em Londres até hoje... Bom, ele me disse que tinha um amigo grego que amava música brasileira e procurava uma cantora. Marcamos um encontro num pub e assim conheci o Alexis. Começamos a compor juntos, até aí 'Os Amantes', uma onda mais Brasil “exportação”. Logo nos casamos e continuamos compondo... A ideia de uma banda de indie rock veio de um outro projeto que o Alexis tinha com a cantora inglesa Trudie Dawn Smith, que tava enrolado.... nos apropriamos das ideias desse projeto e começamos a colocar letras em português nas músicas. Assim víramos 'Os Amantes Invisíveis'.

CV: Uma brasileira e um grego se conhecem em Londres e veem ao Brasil para gravar. O que levou vocês a escolherem o Brasil para esse trabalho?
MR: Em 2009 decidimos vir ao Brasil para dar corpo aos 'Amantes Invisíveis'. O Brasil acabou sendo uma alternativa boa por termos apoio da família, mas principalmente por cantar em português, isso era algo que não abríamos mão à época.

CV: É inevitável fugir da clássica pergunta: quais as influências da banda e de cada integrante também, pois temos um grego e é interessante o comentário dele sobre sua visão da cena musical.
MR: As influências são muitas. Eu, a brasileira, até 2005 só ouvia MPB (Música Popular Brasileira) e só em Londres fui capturada por esses vários sons do mundo moderno.... Foi uma alegria sem fim porque até aí eu sofria por só gostar de músicas da década de 60 e 70. Já o grego sempre foi antenado, foi para Londres fugido da música grega, ouvia de tudo, tocava maracatu, enfim , as influências da banda vão da tropicália até The Arcade Fire, via ritmos brasileiros regionais e os arranjos de cordas de Rogério Duprat. Tudo sobre a batuta da da mão direita suingueira de Jorge Ben.



CV: Vocês são uma dupla, mas no palco chegam até oito pessoas. Como rolou a gravação? Houve também participação de músicos contratados?
MR: Pois é, foi bem diferente do que a gente idealizou. Conseguimos aprovar a gravação do disco na Rouanet em 2010 e o que a gente queria mesmo era gravar em fita, com todo mundo ao vivo, bem no estilo anos 60. Por fim, não conseguimos captar e tivemos que bancar tudo. O disco inteiro virou um EP e acabamos gravando digitalmente. Gravamos as cordas no nosso estúdio caseiro com o Romulo Salobrena, que é um violista incrível, e fomos para São Paulo, eu (Marina), Alexis e Clayton. Mandamos as músicas para o batera, o Pedro Falcão, e ele tirou tudo, gravou em um dia... Foi ótimo. O Pedro é batera da Lulina, do 3 Cruzeiros, muito talentoso... Gravamos aonde a gente queria mesmo, no Estúdio El Rocha e a Master foi feita em Londres no Unity Mastering.

CV: O som de vocês tem uma levada pop muito interessante, isso foi proposital ou ocorreu ao acaso?
MR: As composições são praticamente todas do Alexis e ele tem esse espírito pop. Acho que vem das influências mesmo... O Arcade Fire e o Jorge Ben tem refrões incríveis e o Radiohead e Tom Jobim tem harmônias que parecem ter a mesma origem... O Alexis ouve essas coisas aparentemente muito diversas mas acaba encontrando algo em comum nelas, algo pop.

Divulgação

CV: Façam uma comparação, se possível, da atual cena inglesa, independente, com o que vocês têm visto no Brasil.
MR: Acho que a cena inglesa ainda vive numa ressaca pós Brit Pop, além de Franz Ferdnand, Artic Monkeys está em declínio, não existe mais uma cena, um som de algum lugar como já aconteceu em Manchester e Bristol. Quem anda produzindo música de vanguarda, na minha opinião, são os Estado Unidos, o Canadá além da “cena Pitchfork” que inclui, pontualmente, gente de todo lugar (Sigur Ros- Islandia, Triangulo del Amor Bizarro- Espanha, Jaga Jazzist – Noruega, The Tallest Man on Earth - Suécia).
No Brasil, apesar de ser um país enorme, existe o domínio da cultura de massa, não existe gosto além da ditadura da grande mídia. A minoria que sai dessa influência não tem interesse no novo e como consequência disso temos uma MPB repetitiva de cadeiras cativas. A cena independente acaba caindo nisso, repetindo Los Hermanos, a última banda “alternativa” que conseguiu se sobressair. Existem bandas como Ruspo, Curumin, Lê Almeida, Lulina, etc, gente que realmente faz trabalhos legais e ousados mas o que vejo é que, num país de 200 milhões de habitantes, eles não tem o público que mereciam.

CV: Quais os planos da banda para 2014?
MR: 2014 é um mistério hahaha. Estamos sempre compondo, agora voltamos a ensaiar e vamos fazer uns shows por aqui mesmo. Estamos planejando um disco completo para o meio do ano. Além disso, estou trabalhando no meu projeto solo, Atenas, que vai ser lançado até o fim do ano pelo Um Distante Maestro Discos.

CV: Como as pessoas podem comprar o EP de vocês?
MR: Não podem comprar. Está disponível para download no www.umdistantemaestro.com.br