domingo, 10 de setembro de 2017

Nove homens e um grito de independência!

Ao final do show, Leptos faz jams com outros músicos.
Fotos: Ivan Gomes
Nada de tanques, cavalos, roupas a la Napoleão Bonaparte, nada de bandas marciais, nada de 7 de setembro, nada de histórias falsas para engodar o “povo brasileiro”, o verdadeiro grito da independência ocorreu no Estúdio Zarabatana, em Campinas, em um sábado, 9 de setembro, quando Aqueles, Topsyturvy e Leptospirose “incendiaram” o porão com riffs, baterias socadas impiedosamente e baixos com disparos como se fossem canhões.

Três power trios se apresentariam no espaço aconchegante, três bandas de estilos dispares, mas com discos, turnês, indumentárias apostos nas barraquinhas e muitas horas de palco, shows e participações em importantes festivais do underground. Três trios que não ficam no comodismo de simplesmente reproduzir o que foi feito há décadas, para alegria dos jovens que não são mais tão jovens e além da música, primam pela amizade e o prazer de compartilhar com os amigos, companheiras e companheiros, punhados de canções que algumas pessoas insistem em não prestar atenção e também são simpatizantes da bela mistura de água, malte e lúpulo, que refresca os ânimos em tardes e noites quentes.  

E com a bela programação, óbvio que nós do Canibal Vegetariano daríamos em jeito de apreciar esse belo “baile”. Devido as responsabilidades que a vida adulta nos impõe, não conseguimos chegar a tempo para acompanhar a linda banda campineira “Aqueles”. Havíamos acompanhado a banda há cerca de três meses no Auto Rock, mas o show de sábado, segundo fontes, foi mais insano, pois em casas menores parece que o aconchego funciona melhor.

Leptos soltou "os cachorros" no palco
Sem vermos o Aqueles, restou-nos lamentar e curtir nosso suquinho de cevada, como diz o grande escritor Antonio Pedroso Junior, e ficar na expectativa de acompanharmos o trio que vinha de Mogi das Cruzes. Com seu som que passa por várias vertentes do rock e aliadas a brasilidades, a Topsyturvy não deixou nenhum esqueleto parado, todos acompanharam felizes a apresentação, assim como os músicos que interagiam e mostravam que estavam muito a fim de fazer um som para galera. 
Mais uma apresentação em grande estilo, e bote grande nisso, dos jovens mogianos.

E para fechar o sábado com chave de ouro, os bragantinos da Leptospirose tomaram o palco de assalto. Sem delongas, Quique Brown, disparou seus riffs, acompanhado pela “cozinha” mais explosiva do underground nacional, Velhote, no baixo, e Serginho, o Keith Moon brasileiro, atrás dos tambores. Músicas dos mais de 15 anos de carreira foram executadas para lavar a alma daqueles que estavam sedentos por rock puro, sem mistura nem gelo, ou por sequências animalescas de porradas na orelha.

O trio de Mogi fez a galera agitar ao
seu som cheio de misturas
Ao final do show, e ainda com tempo para mais algumas canções, Quique disse que rolaria um “bailinho” para galera. E o que rolou foram ótimas jams, com participação da juventude do Aqueles e do mestre das caveiras, e um dos nomes mais importantes do rock underground nacional, Daniel ETE, que cantou, fez backing vocals e mostrou talento em riffs de guitarra e pegada no baixo.

Com as caixas desligadas, só nos restou, com gostinho de quero mais, pedir a conta e passar a régua, mas não sem antes, passar por aquelas barraquinhas que é a Disneylândia dos jovens adultos, para adquirir indumentárias que chocarão as tiazinhas da padaria e os pseudo-intelectualizados no café da manhã de segunda-feira.

Um comentário:

Luana disse...

Foram ótimos os shows!
Os jovens senhores estão de parabéns.